Ideologia
Em 1929, Jabotinsky escreveu um panfleto chamado רעיון בית"ר (Raayon Betar - “Ideia do Betar”), subtitulado "Os Fundamentos de uma Perspectiva Betarí do Mundo". Seu intuito foi unificar os objetivos dos diferentes maozim do Betar que haviam se espalhado por toda a Europa, Estados Unidos, URSS e Eretz Israel.
Os 10 Pontos Ideológicos
1- A Missão do Betar
A missão do Betar parece ser muito simples, apesar de não ser: “criar aquele tipo de judeu que a nação necessita para a reconstrução do Estado. Isto é, criar um jovem normal e são, consciente das necessidades de seu povo”. Precisamente, essa é a grande dificuldade, já que, na atualidade, o povo judeu da diáspora não é nem “normal” nem “são” e a vida da diáspora nos impede da formação desse ideal.
2 - Estado Judeu e Democrático
O fundamento de nossa ideologia nos leva a uma só premissa: o Estado Judeu. No entanto, dessa premissa surge uma profunda concepção: que sentido tem a coexistência de distintas nações? O “sentido” consiste em que cada nação contribua com sua parte - impregnada em seu espírito – na construção da cultura geral da humanidade. Porém, essa parte não pode consistir apenas de ideias ou conselhos às demais nações, mas deve também ser um exemplo vivo. As ideias e os ideais devem cristalizar na realidade, expressar-se, não somente em livros, mas também em formas coletivas da vida nacional. Para isso, é necessário que cada povo possua seu “laboratório”, um território em que possa ser o “amo” e possa modelar livremente sua vida coletiva de acordo a sua concepção de bem e mal. Um “laboratório”, assim, é o próprio Estado.
3 - Maioria judaica em Eretz Israel
Na realidade, o que quer dizer Estado Judeu? Em que momento poderemos afirmar que nosso país deixou de ser “Palestina” para se transformar em no Estado Judeu? Somente no instante em que nosso país tenha mais judeus do que estrangeiros. O requisito essencial para a existência de um Estado Nacional é uma maioria nacional.
4 - O Idioma Hebraico
O Betar reconhece o hebraico como a única e eterna língua do povo judeu. Na Palestina, deve se tornar a única língua da vida cotidiana; pelo menos, ser a língua do sistema educacional, começando no jardim de infância até o ensino médio (talvez até na universidade). Um jovem judeu que não sabe hebraico não é um judeu completo, mesmo sendo do Betar. Nós temos grande estima pelas outras línguas.
5 - Monismo
Eis aqui a base essencial sobre a qual está fundada toda a ideologia do Betar: criar um Estado Judeu, com maioria judaica em ambas as margens do [Rio] Jordão. Um motivo de orgulho particular para o Betar - aquilo que constitui a diferença entre ele e os demais movimentos juvenis - é o monismo. O Betar é uma geração que consagrou sua vida exclusivamente ao ideal de criar um Estado Judeu, e não reconheceu nenhum outro ideal.
6 - Consciência Social
A divisão de classes só existe em uma sociedade constituída, mas quando se está ainda no período de colonização, ou seja, nas origens da formação de uma sociedade, as classes não são classes, nem os proletários e tampouco a burguesia. Todos eles são chalutzim (pioneiros), a vanguarda, uma engrenagem, onde, cada uma à sua maneira, tem participação na máquina. Não passam de "peças” no tabuleiro do sionismo. Todos eles participam de um mesmo torneio, nas mãos de um único e supremo jogador. No Betar, rejeitamos a luta de classes em Medinat Israel.
7 - O Legionismo
A divisão de classes só existe em uma sociedade constituída, mas quando se está ainda no período de colonização, ou seja, nas origens da formação de uma sociedade, as classes não são classes, nem os proletários e tampouco a burguesia. Todos eles são chalutzim (pioneiros), a vanguarda, uma engrenagem, onde, cada uma à sua maneira, tem participação na máquina. Não passam de "peças” no tabuleiro do sionismo. Todos eles participam de um mesmo torneio, nas mãos de um único e supremo jogador. No Betar, rejeitamos a luta de classes em Medinat Israel.
8 - A Disciplina Betarí
O Betar se fundamenta no princípio da disciplina. Nosso objetivo nesse sentido é a criação de uma organização mundial capaz de mobilizar dezenas de milhares de membros em todos os países para a execução simultânea da mesma tarefa. Nossos inimigos nos reprovam, dizendo que isto é “indigno de homens livres', que significa “transformar-se em máquinas”. Eu proponho que repliquemos, sem vergonha: “Sim, uma máquina’'.
9 - Hadar
Hadar é uma palavra em hebraico dificilmente traduzida em outra língua: ela combina vários conceitos tais como beleza exterior, respeito, autoestima, boa-educação, fé. A única "tradução" adequada para a vida real deve ser o betarí - em seu comportamento, ações, fala e pensamento. Naturalmente, isso não será alcançado em uma única geração. No entanto, o Hadar do Betar deve ser encarado como nosso objetivo diário: cada passo, gesto, palavra, ação e pensamento devem sempre ser executados do ponto de vista do Hadar.
10 - Mobilização
A palavra mobilização tem para o Betar dois significados. O primeiro e mais importante é, quando chegue o tempo, formar uma nova legião judaica. O segundo, permanente: ao chegar a Israel, cada membro do Betar está obrigado, conforme nossos estatutos, a se considerar em estado de mobilização durante dois anos6, isto é, às ordens da diretoria do Betar, aceitar qualquer classe de trabalho, seja qual forem as condições.
Símbolos do Betar
Menorá
Candelabro de sete braços. Símbolo de união do povo judeu ao longo da História. Símbolo de Medinat Israel e do Betar.
Maoz
Nome dado às sedes do Betar. Acrônimo para “Maon Ze’ev” (A Casa de Ze’ev, em referência ao nome em hebraico do Rosh Betar)
Tilboshet
Uniforme com o qual trabalhamos no Betar e o representamos.
Misdar
É um dos momentos de maior importância dentro da tnuá, em que todos os seus integrantes reúnem-se em uma formação semelhante a da letra chet.
Deguel Israel
Nossa única bandeira, criada como bandeira do movimento sionista e adotada na criação do Estado de Israel.
Tel Chai
Cumprimento tradicional dos betarím. Lembra a importante fortaleza de Tel Chai, em que caiu Yossef Trumpeldor.
Shir Betar e Hatikva
O Shir Betar é uma poesia escrita por Ze’ev Jabotinsky, em Paris, em 1932, na qual está expressa (em seus versos e também nas entrelinhas) a ideologia do Betar, por meio de seus dez pontos fundamentais. A música foi composta por Dov Frenkel. Já o Hatikvá é o hino de Medinat Israel e do Betar. Escrito em 1878 por Naftali Herz Imber e musicalizado em 1888 por Samuel Cohen.
Betar, Hadar e Tagar: são os três maiores princípios do Brit HaNoar HaIvri Al Shem Yossef Trumpeldor. Betar remete à identidade e à história da nossa tnuá: a transição da antiga geração dos judeus para a nova, conforme idealizado por Jabotinsky e Trumpeldor. Hadar é o valor universal de respeito, orgulho e majestosidade - tanto por si mesmo, quanto pelos outros. Tagar é o valor universal da tenacidade e responsabilidade de lutar pelo o que é certo, independentemente das adversidades e oposições.
O Sionismo Revisionista
Ao discordar de pontos fundamentais das então existentes correntes sionistas e de suas visões para o futuro Estado Judeu, Ze'ev Jabotinsky decidiu desenvolver uma nova filosofia, que ficou conhecida como Sionismo Revisionista, ou o Grande Sionismo, cujo principal lema era “Um Estado Judeu, com maioria judaica em ambas margens do Jordão”. Sua ideologia revisionista seria dividida, essencialmente, em três braços: o braço educativo (o Betar, fundado em 1923, em Riga), o braço político (HaTzohar, fundado em Paris em 1925) e o braço militar (o Irgun Tzvaí Leumí, fundado em 1931).
Betar
O Braço Educacional
Foi criado em 1923, porque Ze’ev Jabotinsky, seu principal ideólogo, via a juventude judaica como o agente ativo da realização do sonho sionista: a construção do Estado Judeu em Eretz Israel.
Etzel
O Braço Militar
Fundado em 1931, o Irgun foi uma organização paramilitar sionista que operou durante o Mandato Britânico da Palestina.
Hatzohar
O Braço Político
O Hatzohar foi fundado por Ze'ev Jabotinsky e outros em Paris em abril de 1925. Em 1948 se tornou o Cherut e em 1977 deu origem ao maior partido político de Israel, o Likud.
As revisões de Ze'ev Jabotinsky
Historicamente, Jabotinsky acreditava que a história judaica era caracterizada por um padrão de perseguição e opressão, e que a única maneira de os judeus garantirem seu futuro era tomar as coisas em suas próprias mãos e estabelecer um estado em sua terra ancestral.
Abaixo algumas das revisões realizadas por Ze'ev Jabotinsky sobre o sionismo
Militar
Territorial
Cultural
Econômica
Política
Jabotinsky acreditava que o estabelecimento de um Estado Judeu exigiria a formação um exército poderoso que pudesse proteger a população judaica e defender as fronteiras do estado contra ameaças externas. Seu militarismo era auto-definido como um mecanismo de defesa, em oposição a um expansionismo ofensivo.
Jabotinsky dizia que não bastava que o sionismo fosse somente assertivo no assentamento judaico na Terra de Israel, mas que era também necessário voltar aos caminhos de Theodor Herzl em busca de um apoio e respaldo político internacional para o estabelecimento de um Estado Judeu.
Jabotinsky acreditava em uma economia de livre-mercado e se opôs ao socialismo e ao controle estatal sobre a economia. Ele pregava que as relações de trabalho dentre o povo judeu precisavam ser baseadas na cooperação, em oposição a um caos gerado pela guerra de classes, para construir um estado de sucesso.
Jabotinsky acreditava na importância da cultura e da língua hebraica como meio de forjar uma nova identidade nacional judaica - uma que fosse nobre, guerreira e altiva. Ele acreditava que o povo judeu precisava ser mais homogêneo em sua cultura e língua para estabelecer com sucesso um Estado Judeu.
Jabotinsky defendeu o estabelecimento de um estado judaico em ambos os lados do rio Jordão, uma vez que o povo judeu tinha um direito histórico e político a toda a terra que cobria o então Mandato Britânico da Palestina. Hoje, guardamos o shtei guedot como símbolo da nossa ideologia incipiente, daquilo que um dia nos fora prometido e das milhares de vidas perdidas e dedicadas a esse projeto.